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terça-feira, 29 de abril de 2014

Teatro de Manaus – Festival Amazonas de Ópera

A ópera ainda tem um estigma de ser destinada apenas a uma parte da sociedade, no entanto tivemos a oportunidade de nos surpreender com os preços acessíveis para as noites de ópera no Teatro de Manaus (R$ 45,00 por pessoa, em local com visão privilegiada). Em comparação com um show de um artista de Mpb, ou até mesmo o ingresso para uma festa qualquer, a ópera, em Manaus, é uma atração artística e cultural mais próxima da realidade do que imaginávamos.

Como a ópera é um espetáculo de alta complexidade, que envolve centenas de profissionais qualificados (músicos da orquestra, os cantores/atores, figurinistas, iluminação, etc) e que exige até mesmo anos de produção, essa contradição com espetáculos “populares” fica ainda mais evidente.

Festival Amazonas de Ópera
Por exemplo, um show popular de pagode está em torno de R$ 80, 00 (dependendo da cidade e do local do show), um show de lançamento de CD da Marisa Monte, no ano passado, em Porto Alegre, estava aproximadamente R$ 240, 00 o ingresso. Esses exemplos são apenas para ilustrar que a música conhecida como “popular”, às vezes pode ser menos “popular” do que a conhecida como “elitista”.

Inclusive, podemos destacar que a entrada ao Teatro não tinha nenhuma exigência de roupa social, as pessoas estavam todas bem à vontade e sem grandes formalidades para assistir a ópera no Teatro, isso também ajuda desmistificar falsas ideias que muitos ainda em relação à musica clássica e, especialmente, em relação à ópera.

Na noite em que fomos ao espetáculo, a ópera que apreciamos foi Lucia di Lammemmor. Para quem tiver interesse sobre a história dessa ópera clique aqui.

Detalhe da orquestra abaixo do palco.
Quem tiver a oportunidade de um dia assistir a uma ópera, vale muito a pena! Hoje, no Brasil, as cidades que possuem apresentações de ópera com freqüência e regularidade são: São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus e Belém.

A ópera encerrou com brilho, harmonia e musicalidade nossa viagem à Manaus!

Valeu Felipe e Mima pela acolhida amiga, pelos passeios, risos e parceria Manauara de Bagé!


Mauro y Rose  =)


segunda-feira, 28 de abril de 2014

Último dia em Manaus - 9º dia

No último dia de nossas férias em Manaus aproveitamos para caminhar pelo centro da cidade. Pegamos o ônibus até o centro histórico para fazermos a visita ao Teatro Amazonas. Na entrada pedimos informações sobre a visita guiada e, em seguida, pudemos ser acompanhados de um guia junto a  um pequeno grupo para conhecermos a história desse belíssimo teatro construído durante período do Ciclo da Borracha.



Teatro de Manaus/AM














Em seguida, fomos até a Editora e Livraria Valer, que possui várias publicações de autores regionais amazonenses. É uma boa pedida para o último dia de viagem.

Seguimos caminhando em direção ao porto flutuante, para visitarmos o Mercado Público e o artesanato local. No caminho passamos pelo Palacete Provincial, um museu com 5 salas: numismática, arqueológica, som e imagem, pinacoteca e esculturas.

Após passeio ao Palacete Provincial, degustando uma saborosa Guaraná Baré.
Mais algumas quadras e chegamos a uma praça próxima ao mercado público onde haviam várias bancas de artesanatos, foi o lugar mais econômico para comprar lembranças e presentes. Haviam máscaras, pinturas, vasos, canecas, imãs, telas...
Depois seguimos para o porto. Estava muito quente. Abafado mesmo. Foi um dos dias mais quentes que já tivemos. As pessoas andavam com sombrinhas, paninhos e toalhas para limpar o suor do rosto. Isso tornou o dia bem cansativo. No entanto pudemos admirar o Mercado Público recém reformado.

Mercado Público de Manaus/AM
Mas não nos demoramos muito, logo bateu o cansaço, pegamos um taxi e fomos tombar, porque a noite prometia com a ópera no Teatro Amazonas!




domingo, 27 de abril de 2014

Manaus - 8º dia

Centro Cultural dos Povos da Amazônia
Nesse dia,  nosso amigo Felipe foi novamente o guia na cidade de Manaus. Pela manhã fomos visitar o Centro Cultural dos Povos da Amazônia, que é um local com a finalidade de valorizar e reunir informações sobre a cultura e os conhecimentos dos Povos da Amazônia. O centro possui vários espaços, o primeiro que visitamos foi a Maloca Aruak, que é um espaço para representar a multiculturalidade indígena.





Nesse espaço fomos recebidos por um representante indígena da tribo Dessana, que fez uma visita guiada nos espaços da maloca, explicando sobre os utensílios e instrumentos utilizados pelos indígenas para cozinhar, caçar, pescar, dormir e também os principais instrumentos musicais que utilizam em seus rituais.







O interessante é que para as etnias tradicionais a Maloca não significa apenas um lugar para dormir ou cozinhar, mas acima de tudo um universo simbólico-cultural de grande importância para a comunidade.


Depois, conhecemos o Espaço Rio Amazonas, que é semelhante a uma maloca toda revestida por palha trançada. As artesãs que confeccionaram escolheram figuras geométricas para cada um dos diferentes desenhos de gomos da palha, para representar os diferentes grupos étnicos.
Em seguida visitamos um espaço destinado a reuniões oficiais, onde bem no centro da sala tinha uma bela exposição de esculturas que representavam a vida indígena "Filhos da Nossa Terra" de Felipe Lettersten, escultor peruano.

Por último, passamos por uma sala com explicações sobre os diferentes costumes e rituais indígenas, muito interessante!

Vamos citar brevemente alguns desses rituais:

Ritual da Moça Nova (tribo Tikunas) - Quando a menina menstrua pela primeira vez, a tribo faz um ritual de 3 dias e 3 noites, como processo de transição para a vida adulta. No ritual são utilizados vários adornos, pinturas, etc. O auge do evento é quando os índios arrancam mechas de cabelo da moça, simbolizando a purificação e preparação para a nova fase da vida.

Para os interessados, segue um artigo mais completo sobre o ritual: clique aqui.

Ritual da Tucundeira (tribo Sateré Mawé):
Ao contrario do ritual anterior, este é voltado para iniciação à vida adulta dos meninos, como prova de sua coragem, força e resistência a dor. No ritual, os meninos devem colocar suas mãos em uma luva cheia de formigas, não qualquer formiga, são as temíveis tucandeiras, que possuem uma ferroada extremamente dolorida.

Também compartilhamos aqui um vídeo com mais detalhes

Ritual da vida-morte-vida (tribo Yanomâmi):
É um ritual para celebrar a morte de um membro da tribo. O morto é cremado e suas cinzas são misturadas a um mingau e ingerida por toda a tribo. A ideia é que as boas energias do falecido se perpetuem entre as pessoas da tribo. Mais informações clique aqui.

Almoçamos no shopping Manauara e passamos a tarde em uma livraria em busca de livros relacionados à cultura local. 

Ao entardecer fomos para a praia de Ponta Negra, caminhamos pelo calçadão e depois fomos para o bar Fábrica do Chopp.

Em Ponta Negra/Manaus



 







  

sábado, 26 de abril de 2014

Manaus - 7º dia

Manaus - 7º dia

Esse dia foi muito legal!
Felipe organizou um passeio de barco com várias atividades (barco do seu Antônio - barqueiro local cadastrado). Saímos de manhã do porto de CEASA e partimos de barco para um local onde pudemos ter a experiência de estar próximos dos botos cor-de-rosa.

Era uma casa que tinha uma plataforma submersa onde podíamos ficar em pé, dando peixes para os botos que chegavam. São animais muito dóceis, que podem vir espontaneamente até nós, mesmo quando nadamos mais afastados da plataforma. Quando o boto abre a boca, parece que os dentes dele são uns preguinhos, a Rose achou eles umas "fofuras, muito simpáticos".

Fomos então conhecer o ritual de uma tribo indígena, os Dessanas, que tem uma reserva próxima a Manaus. Um lugar muito bonito, com uma bela praia logo de entrada, paisagem com coqueiros, areia e o grandioso rio amazonas.


Tribo Dessana
A tribo apresentou algumas danças em uma grande maloca e contou um pouco sobre sua cultura. Era um ritual de boas vindas, que havia sido resumido, pois o ritual das danças na íntegra dura 24 horas.

Perguntamos ao cacique qual o segredo para ficarem as 24 horas dançando e cantando nos rituais e ele nos respondeu que a energia provém dos chás e da natureza.


Foi muito enriquecedora a experiência, não só de apreciar as danças, mas também de conhecer essa cultura tão diferente e energizante, de ouvir sua música, sua língua nativa, ver seu biotipo, suas pinturas corporais, suas expressões...

No final do ritual, os turistas foram tirados para dançar junto com a tribo. Aprendemos que nessas tribos são as mulheres que escolhem os homens para dançar.  :)

Após a dança, tivemos a oportunidade de apreciar o artesanato que é produzido pelos nativos. Compramos uma máscara chamada de carranca que os índios utilizam na porta de entrada da maloca para espantar os espíritos do mal. As máscaras feitas por essa tribo eram com madeira de "coração de índio", o cocar de escamas de pirarucu, os adornos de sementes de açaí, os dentes de piranha, a barba e cabelos feitos de juta (mesmo material utilizado para a saia das índias).

Entrada para a aldeia indígena
Saímos da tribo, andamos um pouco mais de barco até chegarmos para almoçar (comida regional) em um restaurante flutuante. Após o almoço,  fizemos uma caminhada em uma passarela que adentrava a floresta até chegar em um lago com imensas vitórias-régias!



Um lugar lindo , lindo, lindo...sob as vitórias-régias e também próximo delas pudemos avistar jacarés bem de boa no solzinho, um cenário muito tranquilo e que encanta os olhos!Imagens memoráveis e que realmente valem muito a pena!A nossa vontade foi de ficarmos uma tarde por lá só para tomar um mate e ficar apreciando aquele cenário, mas como o tempo de férias é curto, seguimos adiante para curtir outros bons momentos.

Nessa mesma trilha, visualizamos uma samaúma, uma árvore muito grande e com uma raiz imponente. No caminho de retorno para o barco, passamos por um espaço de artesanato, mas não compramos nada, pois já havíamos prestigiado o artesanato da tribo indígena.


À tarde, o próximo ponto de visitação foi a uma casa de ribeirinhos bem no meio do rio (casa em palafitas), que capturavam temporariamente alguns animais para que os turistas pudessem ter contato. Foi aí que tivemos a chance de pegar um jacaré, uma sucuri e um bicho-preguiça.
 

O jacaré e a sucuri, eu (Rose) fiquei com um pouco de medo de pegá-los, mas acabei deixando o medo de lado para sentir a textura dos animais :) O Mauro, não preciso nem comentar, para quem  já nadou à noite no Rio Tupana ao lado dos jacarés, o que seria pegá-los junto de pessoas com experiência!?!Tranquilidade do Mauro à parte, tenho a dizer que eu me apaixonei pelo bicho-preguiça, que é uma fofura, me identifiquei com aquela preguicinha toda.




Feliz por demais com a experiência de abraçar o bicho-preguiça,  dessa vez eu parti com a sensação de querer levar o bichinho junto, mas pela liberdade da vida na selva, partimos felizes com a experiência desse momento na memória.


Para finalizar esse super dia, realizamos a pesca de Pirarucu, que na verdade é apenas uma brincadeira, pois os peixes ficam em um viveiro no próprio rio e, por serem muito grandes e pesados, a vara e a linha servem apenas para podermos sentir o peso e a fisgada do peixe. A ideia é que o turista possa ter a sensação e ouvir o estouro da fisgada e da mandíbula do peixe se fechando. Para a pesca convencional, há necessidade de redes e materiais super resistentes.

Pesca de Pirarucu
Ao final do dia, retornamos para o porto e finalizamos o passeio. À noite fomos para a casa do amigo Felipe e fizemos uma janta por lá.




sexta-feira, 25 de abril de 2014

Manaus - 6º dia

Nesse dia, o especial amigo-guia Felipe nos levou de manhã para passear pela cidade calorosa de Manaus. Fomos ao Manaura Shopping que foi construído e pensado de maneira temática em homenagem a fauna, flora e cultura amazonense.

Nesse shopping experimentamos cervejas artesanais da marca Amazon Beer, com sabores da amazônia - bacuri, açaí, etc. Para quem gosta de cervejas artesanais é uma ótima pedida, são cervejas muito boas e com sabores marcantes.

De tarde, fomos visitar o zoológico do CIGS (Centro de Instrução
de Guerra na Selva). Haviam vários animais da
amazônia, sendo os principais, as onças (pintada
e preta), o gavião real, as sucuris e os diferentes tipos de macacos.

O interessante é a experiência de andar pela passarela acima dos felinos, podendo observá-los em um ambiente semelhante ao seu habitat, ou seja, eles não ficam em jaulas.


Saímos do CIGS e fomos comprar ingressos para a ópera, no Teatro Amazonas. No mês de abril estava acontecendo o Festival de Ópera de Manaus, a ópera que vimos se chamava Lucia de Lamermoor, mas falaremos mais do espetáculo em outro post.

Na praça, em frente ao Teatro, experimentamos o famoso Tacacá da Gisela, o prato típico dos manauaras, é caldo a base de macaxeira com goma, camarão e uma erva chamada Jambu, que é anestésica, causando uma sensação bem estranha na língua.


É quase inacreditável como eles conseguem tomar um caldo quente naquele calor. Tivemos a impressão de que o tacaá é como se fosse um equivalente a nossa iguaria "pancho" de final de tarde ou de fim de festa ;)

À noite fomos jantar em uma  pizzaria chamada Loppiano Pizza e provamos sabores de pizzas regionais (pizza de pirarucu e com jambu). A pizza com peixe tinha muito coentro, e quem não gosta muito desse tempero pode achar um pouco enjoativa. Mas valeu muito a pena provar esse sabores diferentes de Manaus! :)

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Entre outras experiência na Floresta

Além do que relatamos da programação de cada um desses dias na floresta amazônica, lembramos de compartilhar algumas boas recordações desses dias, como a prova do cupuaçu que pudemos deliciar durante o passeio de canoa. No dia que fizemos a tranquila canoagem juntamente com os amigos holandeses, pelo rio, lagos, igapós e igarapés, nosso guia encontrou, no caminho, dois deliciosos cupuaçus, que foram abertos com um facão para que todos nós pudéssemos provar a fruta fresquinha diretamente da floresta e na floresta : ))




No hotel de selva tivemos a oportunidade de estar bem pertinho de alguns animais lindos, dóceis e selvagens. A primeira experiência nesses dias na selva foi com a uma belíssima arara, aparentemente dócil. Mauro sentiu-se muito amigo e próximo do animal e ofereceu o braço para que a arara subisse. Resultado: uma bela bicada  do lindo pássaro selvagem ;)















Próximo ao hotel circulavam vários tipos de macacos, alguns já são acostumados a aparecer em alguns dias para buscar banana ou outros tipos de alimentos. Em alguns dos dias de nossa estadia, apareceram alguns macacos (macaco-barrigudo - lagothrix lagotrichia). Esses animais pareciam um tanto carentes, pois se estendíamos o braço eles já subiam e se agarravam em nosso corpo e ficavam bem quietinhos.


Uma dica para quem interesse em pegar os macacos no colo é de não estar com brincos e colares, pois eles se agarram em qualquer lugar e podem acabar puxando com força os adornos.


Visita à casa de ribeirinho e canoagem - 5º dia


De manhã, desmontamos o acampamento de nossa pernoite na selva e fizemos a caminhada de retorno ao hotel, onde tomamos café da manhã, tivemos umas horinhas de descanso e depois fomos visitar a casa de ribeirinhos/caboclos.

Fomos apenas nós dois (Rose e Mauro) acompanhados do caboclo Aprígio. A visita foi uma experiência interessante, pois tivemos a oportunidade de conversar com a senhora dona Olívia e com o seu neto, que nos mostrou o local onde fazem a farinha da macaxeira (farinha de tapioca), que é utilizada apenas para consumo próprio da família. Eles comentaram que essa farinha é indispensável nas refeições dos ribeirinhos e também do povo manauara.

A família produz aproximadamente 1Kg de farinha por dia, para alimentar 11 pessoas que vivem na pequena casa. O cozimento dessa quantidade de farinha leva em torno de 2 horas, mais o processo anterior.

Naquela manhã quando chegamos para a visita, a família tinha acabado de assar uma porca selvagem que tinham caçado há poucas horas. Na mesma caça, capturaram o filhote da porca, que iriam criar para mais adiante poderem desfrutá-lo.

Essa é uma característica bem presente do povo ribeirinho, viver cada dia de uma vez, sem muito planejamento e preocupação. Faltou comida, vai na beira do rio e pesca para o dia.

A casa só tinha um quarto (dos avós) e uma espécie de sala onde dormiam todas as outras (9) pessoas. A organização do lugar era um mosaico de microuniversos coexistindo em lugares aleatórios e, a primeira vista, confundiam o olhar dos visitantes, mas ao nos despirmos de nossos costumes compartimentados, sentimos o quão agradável pode ser a realidade, sob a ótica de quem a vive.

Filosofias a parte, foi uma ótima visita, onde aprendemos sobre a vida doméstica dos ribeirinhos. Entre outras coisas, é interessante dizer que as doenças (dengue, malária, febre-amarela) são costumeiras entre os locais, naquela casa, por exemplo, todos da família, em algum momento, já contraíram alguma(s) delas(s), ainda que todas as casas da região recebam visitas mensais de agentes de saúde.


Após a visita, retornamos ao hotel e para finalizar os dias de experiência na floresta, fizemos mais um passeio de canoa no rio Tupana, entre os igapós e igarapés.

Após o almoço, fizemos a jornada de volta para Manaus.

À noite, já em Manaus, nossos amigos Felipe e Mima nos levaram para conhecermos o bar Cachaçaria do Dedé. Eita coisa mais buena!


 

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Pernoite na Selva - 4º dia


Acordamos às 5h da manhã para vermos o nascer do sol. Saímos num barco sem motor, no silêncio do amanhecer da floresta. Ainda estava bem escuro e pudemos ver os tons de azul clareando gradualmente a paisagem.



Este é um bom horário para ouvir os sons dos diferentes pássaros, bem como da natureza em geral. O legal também foi ver os golfinhos tucuxis que sempre aparecem nadando pelo rio. 




Voltamos para o hotel de selva para o café-da-manhã e em seguida partimos de barco para conhecer uma escola local.

A visita à escola foi uma oportunidade para conhecermos a realidade do povo ribeirinho, que dependem de barco para se locomover diariamente para estudar. As "ruas do vilarejo são rios, lagos, igapós e igarapés, a maior parte do trajeto para se locomover de um lugar a outro é rodeado de água, pássaros, árvores, flores...é uma paisagem linda.

No caminho para a escola
A escola que visitamos é de ensino fundamental (Escola Municipal Afonso Lima), uma escola pequena, simples e bem organizada, localizada na comunidade rural denominada "Tupana".



Logo que chegamos pudemos perceber os traços indígenas dos alunos, entre eles tinha um menino ruivo que os colegas chamava de "Cabelo Fogo". As crianças eram todas muito educadas e atenciosas.

Na escola tinha uma sala com acesso à internet, onde os alunos podem fazer pesquisas para os trabalhos das disciplinas. Quando entramos na sala, tinha um aluno fazendo uma pesquisa para a aula de sociologia, ele pesquisava sobre Marx e Gramsci, em um artigo disponível no site da Universidade Federal do Espiríto Santo!Eis a internet democratizando o acesso a uma diversidade de conteúdos e possibilitando que jovens de comunidades do interior do Amazonas possam rapidamente pesquisar questões, inclusive debatidas no meio universitário! : ))











Outro detalhe interessante é a Sala de Endemias, que recebe e trata alunos com sintomas de malária, dengue, febre amarela e outras doenças comuns amazônicas. Os hospitais ficam distantes do vilarejo e o que há mais próximo de atendimento de saúde é no município de Careiro Castanho que possui um único hospital e que estava contando com apenas um médico. Na verdade, quando os moradores que precisam de um atendimento mais especializado têm que se dirigir à capital. Compartilhamos notícia de julho de 2013 sobre essa questão.

Uma das professoras da escola comentou que com a vinda dos médicos cubanos (Programa Mais Médicos) a situação ficou um pouco melhor, pois passou a ter com mais frequência médico para o atendimento da comunidade.

Após a visita à escola retornamos para o almoço e, no meio da tarde, caminhamos na floresta até ao local onde passamos a noite na selva. De turistas fomos apenas nós dois (Mauro e Rose) e mais um casal de velhinhos holandeses com seu tradutor, e fomos guiados pelo caboclo Aprígio.

Igapó próximo ao acampamento


Foi uma oportunidade para conhecermos as técnicas do pessoal local de acampamento na Selva, além disso conhecemos melhor o casal holandês, que estavam tendo problemas com seu intérprete.

Preparando o acampamento de redes.
Local onde foram colocadas as redes para a noite.

Logo que chegamos no local, escureceu bem rápido, mas a tempo do Aprígio organizar o acampamento (dormimos em redes) e fazer o fogo (mesmo com chuva). Como chovia bastante, usamos capas de chuva e, mesmo com o aguaceiro, Aprígio foi capaz de assar o jantar (dois frangos).

Preparando a mesa do jantar.


Após muita chuva, os holandeses quiseram retornar para o hotel, estavam cansados da maratona, não sabiam que dormiriam na selva (falta de informações da agência de viagem deles), não gostavam de frango e, como eram muito altos, tiveram dificuldades com as redes. Aprígio os acompanhou até o hotel, pois o intérprete, além de não traduzir muito bem, não se sentia confiante em fazer o caminho à noite.

Amigos holandeses.

















Apesar de não gostarmos muito de frango, foi um dos melhores que já comemos! Deve ser pela energia mágica da floresta, da fome, da chuva e de tantas coisas novas que sentimos nesse dia. Após o rústico jantar, fomos para as redes descansar, ficar ouvindo o barulho da chuva e dormir.