Acordamos às 5h da manhã para vermos o nascer do sol. Saímos num barco sem motor, no silêncio do amanhecer da floresta. Ainda estava bem escuro e pudemos ver os tons de azul clareando gradualmente a paisagem.
Este é um bom horário para ouvir os sons dos diferentes pássaros, bem como da natureza em geral. O legal também foi ver os golfinhos tucuxis que sempre aparecem nadando pelo rio.
Voltamos para o hotel de selva para o café-da-manhã e em seguida partimos de barco para conhecer uma escola local.
A visita à escola foi uma oportunidade para conhecermos a realidade do povo ribeirinho, que dependem de barco para se locomover diariamente para estudar. As "ruas do vilarejo são rios, lagos, igapós e igarapés, a maior parte do trajeto para se locomover de um lugar a outro é rodeado de água, pássaros, árvores, flores...é uma paisagem linda.
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No caminho para a escola |
Logo que chegamos pudemos perceber os traços indígenas dos alunos, entre eles tinha um menino ruivo que os colegas chamava de "Cabelo Fogo". As crianças eram todas muito educadas e atenciosas.


Outro detalhe interessante é a Sala de Endemias, que recebe e trata alunos com sintomas de malária, dengue, febre amarela e outras doenças comuns amazônicas. Os hospitais ficam distantes do vilarejo e o que há mais próximo de atendimento de saúde é no município de Careiro Castanho que possui um único hospital e que estava contando com apenas um médico. Na verdade, quando os moradores que precisam de um atendimento mais especializado têm que se dirigir à capital. Compartilhamos notícia de julho de 2013 sobre essa questão.
Uma das professoras da escola comentou que com a vinda dos médicos cubanos (Programa Mais Médicos) a situação ficou um pouco melhor, pois passou a ter com mais frequência médico para o atendimento da comunidade.
Após a visita à escola retornamos para o almoço e, no meio da tarde, caminhamos na floresta até ao local onde passamos a noite na selva. De turistas fomos apenas nós dois (Mauro e Rose) e mais um casal de velhinhos holandeses com seu tradutor, e fomos guiados pelo caboclo Aprígio.
Igapó próximo ao acampamento |
Foi uma oportunidade para conhecermos as técnicas do pessoal local de acampamento na Selva, além disso conhecemos melhor o casal holandês, que estavam tendo problemas com seu intérprete.
Preparando o acampamento de redes. |
Local onde foram colocadas as redes para a noite. |
Logo que chegamos no local, escureceu bem rápido, mas a tempo do Aprígio organizar o acampamento (dormimos em redes) e fazer o fogo (mesmo com chuva). Como chovia bastante, usamos capas de chuva e, mesmo com o aguaceiro, Aprígio foi capaz de assar o jantar (dois frangos).
Preparando a mesa do jantar. |
Após muita chuva, os holandeses quiseram retornar para o hotel, estavam cansados da maratona, não sabiam que dormiriam na selva (falta de informações da agência de viagem deles), não gostavam de frango e, como eram muito altos, tiveram dificuldades com as redes. Aprígio os acompanhou até o hotel, pois o intérprete, além de não traduzir muito bem, não se sentia confiante em fazer o caminho à noite.
Amigos holandeses. |
Apesar de não gostarmos muito de frango, foi um dos melhores que já comemos! Deve ser pela energia mágica da floresta, da fome, da chuva e de tantas coisas novas que sentimos nesse dia. Após o rústico jantar, fomos para as redes descansar, ficar ouvindo o barulho da chuva e dormir.
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